Bienal: Palestra aborda tema do letramento racial nas escolas municipais
Prática inovadora visa combater o racismo no ambiente escolar.
Em um esforço contínuo para combater o racismo no ambiente escolar, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) leva para a 10ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas, uma abordagem inovadora conhecida como “Letramento Racial”. Desde segunda-feira (14), o tema vem sendo trabalhado pela comunidade escolar.
A primeira palestra, conduzida pela presidente do Observatório Estadual de Promoção de Políticas para a Igualdade Racial e coordenadora do Instituto Raízes de África em Alagoas, Arísia Barros, abordou estruturas de poder, estereótipos e preconceitos arraigados em nossa sociedade. A convidada ainda abriu espaço para discussões sobre racismo e reconhecimento das falas dos docentes nas desigualdades existentes.
“Buscando aproximar as pessoas do Letramento Racial, que nada mais é do que uma desconstrução de saberes e conceitos racistas que a gente aprendeu e naturalizou. Existe um passo-a-passo, a partir desse momento, em que se cria espaço para mudança. O racismo é uma desconstrução e também isso acontece na vida pessoal, porque nós guardamos os estereótipos, nós guardamos os processos segregadores e para caminhar além a gente tem que desconstruir isso”, explicou.
Ainda de acordo com Arísia Barros é preciso se aprofundar nas questões raciais para introduzir a história e a cultura afro-brasileira no ensino tradicional. “A educação precisa se reinventar, algumas maldades já estão ultrapassadas. A gente precisa descobrir novas estratégias. Educar não é fácil e esse ambiente tem que ser agradável e agregador e novas estratégias podem criar esse palco, através do engajamento pessoal na proposta de mudar mundo e revolucionar territórios e pessoas”, concluiu a palestrante.
Como participante da atividade, a presidente do Coletivo de Mulheres Pretas, Erivânia Gato, reforçou a importância das escolas no combate ao racismo. “O Letramento Racial é importante tanto para escola, quanto para a comunidade, para que a gente possa acabar com o racismo. Porque é dentro da escola e na família que a criança acaba aprendendo a negar sua raça. Esse debate veio para bater de frente e transformar as vidas das pessoas”, compartilhou.
Foto: Mariel Matias/Ascom Semed
Secom Maceió