Solenidade ocorrerá no domingo, 2 de novembro, às 19h30 no auditório 2 do Centro de Convenções de Maceió
Personalidades alagoanas que são destaques na literatura. Este é o mote da homenagem que será feita durante a 11ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas por meio da entrega do Prêmio Graciliano Ramos de Literatura. A solenidade será realizada no domingo, 2 de novembro, a partir das 19h30 no auditório 2 do Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso, no Jaraguá, e a entrada é franca.
O diretor da Editora da Universidade Federal de Alagoas (Edufal) e curador da Bienal 2025, Eraldo Ferraz, recordou a criação do prêmio: "Criei este prêmio quando fui diretor da Editora em 1999; fazendo a entrega às personalidades escolhidas, por ocasião da realização do Salão alagoano do Livro e da Arte por 5 anos consecutivos. Então, retornando à gestão da Edufal, retomei essa ideia em dar continuidade à entrega desse prêmio", contou. O professor frisou ainda que a iniciativa se trata de uma homenagem àqueles e àquelas que se destacam em diversas áreas, especialmente na literatura. Além disso, o professor também justificou a escolha do nome de Graciliano Ramos para intitular a premiação e reafirmou a importância de homenagear personalidades alagoanas e africanas por suas contribuições na literatura.
"Graciliano Ramos é um ícone da literatura brasileira, conhecido por suas obras que retratam a realidade nordestina e as agruras do ser humano. Por isso, gostaria de ressaltar a importância desse Prêmio pelo reconhecimento e contribuição significativa de personalidades alagoanas e africanas para a cultura e literatura brasileira e africana", salientou Eraldo Ferraz.
A seguir, a lista de personalidades homenageadas pelo Prêmio Graciliano Ramos de Literatura:
Arriete Vilela
Escritora e professora brasileira, Arriete integra a Academia Alagoana de Letras desde 1996. Atualmente é professora de Literatura da Universidade Federal de Alagoas e já recebeu numerosos prêmios sendo distinguida como mérito cultural da União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro com a obra Lãs ao vento.
Aposentada da Ufal, divide-se entre os Cursos de Leitura e Escrita Criativa, que ministra sistematicamente, e palestras em escolas e faculdades para as quais é convidada com frequência. Cabe reforçar ainda que a autora já recebeu mais de 30 prêmios, dentre eles onze nacionais, concedidos pela União Brasileira de Escritores (UBE) do Rio de Janeiro e na Academia Brasileira de Letras (ABL).
Carla Emanuelle
Carla Emanuelle Messias de Farias é uma educadora, escritora, pesquisadora e liderança cultural de destaque no cenário alagoano. Atualmente, preside três importantes instituições culturais: a Academia Arapiraquense de Letras e Artes (Acala), a União Brasileira de Escritores (UBE Alagoas) e a Delegacia Cultural de Alagoas (DCA). Também é apresentadora do programa “Educação em Foco” na TV Oops (Canal 10) e blogueira do portal Já é Notícia.
Graduada em Letras (Inglês, Português), Pedagogia e Administração, Carla possui ampla formação com diversas especializações em áreas como Psicopedagogia Clínica e Institucional, Psicanálise e Educação, Neuroeducação, Gestão de Pessoas, Recursos Humanos, Marketing e Tutoria em EAD e outros.
Possui ainda dois títulos de mestrado em Ciências da Educação e em Psicanálise da Educação para a Saúde, é doutora em Ciências da Educação e atua como professora de Língua Portuguesa na rede estadual de Alagoas, sendo também servidora da Prefeitura de Arapiraca e docente em cursos de graduação e pós-graduação na área da Educação e Administração.
Carlito Lima
É escritor e contador de histórias. Após estrear na literatura em 2001 aos 61 anos com o livro de memórias Confissões de um Capitão, ele já publicou contos, crônicas e romances.
Antes de se dedicar às letras, ele foi engenheiro civil e capitão do Exército Brasileiro, além de prefeito do município de Barra de São Miguel. Atuou como Secretário Municipal de Cultura de Marechal Deodoro (AL), é idealizador da Festa Literária de Marechal Deodoro (Flimar) e do bloco carnavalesco Negra Fulô, em Maceió, sua cidade natal.
Descoberto como excelente contador de história, escreve uma coluna dominical, Histórias do Velho Capita, no jornal Gazeta de Alagoas, apresentando histórias bem-humoradas baseadas em fatos reais.
Cibele Tenório
É doutoranda e mestra em História pela Universidade de Brasília (UnB) e estuda o sufrágio feminino e o ingresso das mulheres na política institucional brasileira.
A pesquisa de Cibele nasceu da inquietação ao descobrir a história pouco documentada de Almerinda Gama, única representante feminina negra e assalariada na Assembleia Nacional Constituinte de 1933, que desafiou convenções ao concorrer à Câmara Federal na segunda eleição nacional que permitiu a participação de mulheres, o que a tornou referência na política para futuras gerações de mulheres negras.
Maria Aparecida Batista de Oliveira
Possui graduação em Filosofia pela Universidade Federal de Alagoas (1978) e mestrado em História pela mesma instituição (2006). Atualmente é professora aposentada da Universidade, coordenadora do Núcleo Temático Mulher e Cidadania (NTN) da Ufal, Ex-Presidenta do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mulher (Cedim).
A professora Cida, como é popularmente conhecida pela comunidade universitária, atua principalmente nos seguintes temas: relações de gênero e dominação, opressão contra as mulheres, submissão e machismo, mulher e violência, mulher e sofrimento, racismo e relações étnica racial, diversidade religiosa e sexual.
Fez parte da diretoria cultural da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Alagoas (Adufal) e foi homenageada em 2012 no plenário da Câmara Municipal de Maceió com a comenda Dandara: “Fiquei deveras feliz, dada as minhas origens e pelo fato de Dandara ser nossa representante nas lutas de resistência contra o racismo”, disse ela, à época.
Rosa Mossoró
Uma das figuras mais famosas da noite alternativa de Maceió, Rosa Mossoró foi responsável por transformar bares em locais ecléticos, onde o preconceito nunca teve vez. Agora, comanda um espaço cultural que reúne música e arte. O local não funciona apenas como um bar, ele recebe oficinas de arte, dança, exposições e discussões de temas relevantes como combate ao preconceito.
La Rosa Mossoró se faz numa parte da casa da dona Rosa, fundado em 2009 no Jaraguá. Seu primeiro bar foi fundado em 1979, o ZANZIBAR. Quando abriu o primeiro bar, Rosa enfrentou muito preconceito, por causa do público, em sua maioria, LGBTs. No entanto, quem chega ao local nunca passa despercebido. E se não tiver como ir pra casa, não tem problema, ela coloca para dentro e deixa a porta trancada e não aceita confusão - se ocorre, todos vão para fora.
“Cada artista plástico me deu um presente e começou a ser um espaço cultural. Um deles me disse que isso aqui não era um bar, era um espaço cultural, e pegou”, refletiu a homenageada.
Sónia André
Sónia André é moçambicana e pós-doutoranda em Educação pela Universidade Federal do Pará (UFPA), além de doutora e Mestra em Educação, com Pós-graduação (Especialização) em Ensino da Arte-Música, Licenciada em Música pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e Magistério pelo Instituto de Magistério Primário de Maputo.
Atriz, Produtora, Cineasta, Sonia atua também em pesquisas em Educações, Saberes/Conhecimentos africanos, questões de Gêneros e Sexualidades da Mulher moçambicana, Práticas Culturais/Indenitárias moçambicanas, Educação da Menina/Mulher dentro dos Ritos de Iniciação em Moçambique, em especial do povo yaawo, norte de Moçambique, Africanidades, assuntos Étnico-raciais e quilombolas, Arte e Cultura em Moçambique.
Vagner Bijagó
Mestre em Sociologia pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal) em 2011, onde também é docente efetivo, Vagner tem graduação em Ciências Sociais pela mesma instituição, concluída em 2008. Atualmente vinculado ao Núcleo de Humanidades. Área de atuação: Sociologia, Antropologia e Ciência Política, ele é coordenador do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi) do Campus do Sertão.
Tem experiência na área de Ciências Sociais, com ênfase em Sociologia Política e Antropologia, atuando principalmente com: Formação dos Estados Africanos, Elites Militares, Etnias e a Transição Política Democrática na Guiné-Bissau. Além disso, Bijagó é membro fundador da Semana de Cultura Africana, evento institucionalizado junto ao Calendário Acadêmico na Ufal e Editor e membro da comissão científica da Revista de Ciências Humanas Caeté.
Sobre a Bienal
A 11ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas é realizada pela Universidade Federal de Alagoas e pelo governo de Alagoas, com correalização da Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão e Pesquisa (Fundepes) e patrocínio do Senac e do Sebrae Alagoas.
Sob a curadoria do professor Eraldo Ferraz, diretor da Edufal, o maior evento cultural e literário do estado também tem como parceiros a plataforma de eventos Doity, a rede de Hotéis Ponta Verde, o Sesc, a Prefeitura de Maceió e o Instituto Federal de Alagoas (Ifal), além das secretarias de Estado da Cultura e Economia Criativa (Secult), de Turismo (Setur) e de Comunicação (Secom) de Alagoas.
Por Deriky Pereira - jornalista
Ascom UFAL