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No Dia Internacional do Crochê, artesãs alagoanas tecem coleção 'No Balanço do Mar'

Publicada em: 12/09/2025 16:47 -

Iniciativa tem o apoio do Programa Alagoas Feito à Mão, e dá visibilidade à produção coletiva

Neste 12 de setembro, Dia Internacional do Crochê, artesãs do grupo Tecelãs MCZ afiaram as agulhas para contar suas histórias e tecer, entre um ponto e outro, a coleção “No Balanço do Mar”. Inspiradas nas belezas naturais de Alagoas, no mar, nas praias, nos coqueirais, elas apostaram na criação de peças em tons de azuis, esverdeados e de areia.

O grupo é coordenado pela professora aposentada Lúcia Galvão e integrado ainda por Josélia Costa, Anita Rocha, Ângela Torres, Andiara Brito, Rosângela Nunes e Rozinete Alves. Elas contam com o apoio e o incentivo do Alagoas Feito à Mão, programa do Governo de Alagoas, gerido pela Secretaria de Estado de Relações Federativas e Internacionais (Serfi).

Pesquisando sobre a origem dessa arte milenar, as artesãs descobriram que, há alguns séculos, o crochê só era repassado de geração em geração nas famílias da nobreza e de alto poder aquisitivo. Tudo mudou quando a francesa Éléonore Riego de la Branchardière desenhou os padrões (pontos do crochê) que podiam ser facilmente copiados. 

Mestra Lúcia conta que, aos cinco anos de idade, começou a fazer crochê. “Quando eu acordava, via um monte de linho um monte de pano, um monte de agulha, e eu brincava. Eram meus brinquedos preferidos. Então, eu cresci fazendo isso”, relembra.

Ela acredita que crochê é muito difundido, em nível mundial, pela facilidade de acesso a esse tipo de arte, desde que saiu das rodas das elites e passou a estar presente nas mais diversas classes sociais.

“Somente com um fio e uma agulha, a pessoa, com determinado tempo, já tem uma peça pronta, né? Não precisa de outros materiais, nem de outras produções”, ressalta, enquanto mexe e remexe na linha e na agulha, compondo os pontos.

Outra que iniciou ainda na infância no crochê foi a artesã cearense Josélia. “Eu aprendi crochê desde os meus nove anos, com uma vizinha, quando eu morava em Sergipe. Ela estava tecendo uma colcha, belíssima e notou meu interesse. Me deu uma agulha e me ensinou. Aí eu comecei a fazer roupinha para as minhas bonecas”, recorda. 

A experiência de Anita foi diferente. Apesar de ter uma avó exímia no crochê, ela nunca havia se interessado. Apenas em 2007, quando já estava na faculdade, decidiu aprender. Vendo um amigo fazendo e desmanchando ficou curiosa e acabou aprendendo com ele. 

Com motivação e muita organização interna, pois cada uma nesse crochê coletivo tem uma responsabilidade, as sete mulheres do Tecelãs MCZ já estão fazendo história, produzindo, divulgando e vendendo sua arte, de forma coletiva.

Fotos: Ascom Serfi

Agência Alagoas

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