Selecionados por chamada pública, dez criadores representam a diversidade da cena artística brasileira no WYPPAM
ela primeira vez, uma comitiva formada por jovens artistas brasileiras(os) participa dos Encontros Mundiais de Jovens Profissionais das Artes Performativas (WYPPAM), no contexto do Festival Off Avignon, um dos maiores eventos internacionais das artes cênicas. A ação, inédita, é realizada pela Fundação Nacional de Artes (Funarte), por meio do Programa Funarte Brasil Conexões Internacionais 2025, e integra a programação oficial do Ano Cultural Brasil-França.
Composta por dez artistas de 18 a 29 anos, oriundas(os) de todas as regiões do país, a comitiva foi selecionada por meio de chamada pública, na categoria 1 da Bolsa Funarte Brasil Conexões Internacionais 2025 – Temporada Cultural Brasil-França: participação de jovens criadores(as). O grupo fará parte da agenda artística, pedagógica e institucional do WYPPAM, que oferece um percurso integrado entre os festivais In e Off Avignon, numa imersão entre jovens criadoras(es) de diferentes países – além do Brasil, Alemanha, Armênia, Canadá, Cazaquistão, Escócia, Estados Unidos, França, Romênia, Turquia, Uzbequistão e Suécia.
A atuação da comitiva de jovens criadoras(es) em Avignon se soma às demais ações de internacionalização previstas no Ano Cultural Brasil-França, uma iniciativa bilateral coordenada pelos ministérios da Cultura e das Relações Exteriores do Brasil e da França, em parceria com o Instituto Guimarães Rosa, o Institut Français (Paris) e as respectivas embaixadas.
Brasil no Festival Off Avignon - Por meio do Programa Funarte Brasil Conexões Internacionais – que tem como objetivo fomentar o intercâmbio artístico e o fortalecimento da presença das artes brasileiras em circuitos internacionais, constituindo o eixo de Internacionalização da Política Nacional das Artes –, a Funarte apresenta um conjunto de iniciativas neste que é um dos maiores festivais de artes cênicas do mundo, na cidade de Avignon, de 4 a 22 de julho.
A Bolsa Funarte Brasil Conexões Internacionais - Temporada Cultural Brasil-França foi lançada com dois diferentes focos: a seleção da comitiva de jovens criadoras(es), representando a diversidade, a potência criativa e a vitalidade das juventudes brasileiras nas artes cênicas; e a chamada para participação em eventos, garantindo a presença de artistas e grupos neste e em outros eventos franceses.
Em parceria com a associação Avignon Festival and Compagnies (AF&C), o “Funarte Foco Brasil” será uma mostra de espetáculos, mesas redondas, oficinas, leituras e apresentações musicais ocupando o Village du Off.
Já a “Plataforma Brasil” levará a Avignon os espetáculos “Azira’í”, de Zahy Tentehar; “História do Olho”, de Janaina Leite; “Bola de Fogo”, de Fábio Osório Monteiro; e “Eles praticam Dança Contemporânea”, de Leandro Souza. A “Plataforma Brasil” é apresentada pelo Ministério da Cultura (MinC) com patrocínio da Petrobras e realização da Associação SÚ de Cultura e Educação, do Olhares Instituto Cultural, da República Francesa, do Instituto Francês, do Instituto Guimarães Rosa, do Ministério das Relações Exteriores e do Ministério da Cultura.
Conheça a comitiva brasileira de jovens artistas no WYPPAM – Festival Off Avignon 2025:
Alanis Mahara
Fazenda Rio Grande (PR)
@alanism.borges
Dramaturga, atriz e pesquisadora, formada em Artes Cênicas pela Universidade Estadual de Campinas. Ganhou o concurso de dramaturgia estudantil do Conservatório de Tatuí com o texto “Calcário”. Trabalha na Companhia Babélica de Teatro como atriz e dramaturga, assinando a dramaturgia de “Blasfêmia”, uma coprodução teatral entre o Brasil e o Peru com circulação na Alemanha, e integrando o elenco do espetáculo “Estafa ou sobre os sonhos não dormidos”, com estreia no Peru e circulação na Espanha. Estuda os jogos de restrições formais do grupo OuliPo. Em 2025, foi contemplada pelo programa Master 2 d’excellence da Embaixada da França no Brasil para seguir seus estudos teatrais na universidade Sorbonne Nouvelle (2025-2026).
corpo julio
Belo Horizonte (MG)
@corpojulio
Artista de múltiplas linguagens, formado em Teatro pelo Centro de Formação Artística e Tecnológica (CEFART/Palácio das Artes) e graduado em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Minas Gerais. Em sua atuação, se interessa especialmente pelas expressões das diásporas negras; pelas conversas entre poesia, música e cena; e pela criação musical. Escreveu e atuou nas cenas-curtas “Enraizerrar” (2023) e “Aguacéu” (2024), e foi ator no projeto “Conexão Galpão”, do Galpão Cine Horto, entre 2023 e 2025. Atualmente, trabalha em projeto musical autoral.
Emy Santos
Campo Grande (MS)
@afro_queer
Conhecida artisticamente como Afro Queer do Centro-Oeste, é licenciada em Artes Cênicas pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul. É fundadora da coletiva De Trans Pra Frente, primeira coletiva formada somente por pessoas trans e travestis no seu estado, desenvolvendo trabalhos e ações educacionais, artísticas e culturais. Ganhadora do Prêmio Nacional Pretas Potências na categoria de Artes Cênicas (2023), é pesquisadora em arte e suas questões interseccionais como gênero, sexualidade e racialidade a partir do corpo em movimento. É diretora e intérprete do espetáculo “Culto das travestis” (2024), uma proposta contemporânea que mistura arte e vida, apresentando a potência da arte trans brasileira.
Keila Maschio Pires
São Paulo (SP)
@keilamaschio
Graduada em Artes Cênicas pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo e formada pelo Curso Técnico de Teatro do Senac. Durante sua formação, foi membro do CURALAB - Laboratório de Curadoria em Artes Cênicas. Atua como produtora em diferentes frentes e é membro, desde 2022, da Associação Cultural Corpo Rastreado, com a qual produziu diversos espetáculos de teatro, dança e performance, incluindo a mostra de processos criativos “FAROFA do Processo”. Em 2024, realizou a gravação de voz original para a personagem Anne Frank, compondo assim a ficha técnica da exposição “Anne Frank: deixe-nos ser”.
Lírio do Pará
Belém (PA)
@liriodopara
Artista da Amazônia paraense, não-binárie, formada pelo Curso Técnico em Ator da Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará e graduada em Eventos pelas Faculdades Metropolitanas Unidas. Atua há mais de 15 anos na área teatral e há mais de 10 anos como produtora cultural com foco em gestão de projetos LGBTQIAPN+. Pesquisa a não-binariedade na cena contemporânea e, desde 2019, desenvolve o processo de investigação que nomeia como “Pedagogya do caos”, em que a não-binariedade se apresenta como uma perspectiva principal de criação artística. Seu trabalho se estende também para os campos da direção teatral, palhaçaria, dramaturgia, iluminação e mídias sociais. É membra-fundadora do coletivo Achados e Perdidos - Produções Artísticas.
Lorena Zanetti
Rio Grande (RS)
@lozanetti
Atriz, teatro-educadora, pesquisadora e produtora cultural ribeirinha com autismo, desenvolve uma prática artística atravessada pela emergência climática e pela violência de gênero no extremo Sul do Brasil. Pesquisa a criação de personagens como estratégia visual e cênica para discutir as relações entre erotismo, prazer e a lógica capitalista. É mestranda em Artes e licenciada em Teatro pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Atuou e corroteirizou o curta “O Cinema Acabou” (2024), com estreia na França e circulação internacional, e foi diretora de elenco do curta “Manchas de Sol” (2023), premiado em festivais nacionais. É membra-fundadora da Associação Renovação Teatral, integra o Coletivo Povo da Lagoa e coordena ações artístico-pedagógicas na escola de samba S.E.R. Unidos do Mé.
Quemuel Costa
Parnamirim (RN)
@quemuelc
Artista interdisciplinar, é licenciado em Teatro pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte e cursa Mestrado em Artes Cênicas na Universidade Federal da Bahia. Pesquisa a autobiografia como forma de abordar as memórias e subjetividades negras em cena e criou, a partir dessa pesquisa, os solos “Todas as vezes que beberdes em memória de mim” (2021), “Nenhum poema para amanhã” (2023) e “Azul Miró”, em processo atualmente. Atuou nos curtas “Meu Amigo Satanás” (2024) e “Praia das Artistas” (2024), ambos em pós-produção. Integrou o Júri Jovem da 26ª Mostra de Cinema de Tiradentes (2023) e o Talents Rio - Crítica no Festival do Rio (2024).
Ultra Martini
Brasília (DF)
@ultra.martini
Ator, diretor, roteirista, humorista e compositor. Formado em Artes Cênicas pela Universidade de Brasília (UnB), ganhou por duas vezes o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Teatro Universitário do Rio de Janeiro, com os espetáculos “Stanisloves-me” (2016) e “Ab-reação” (2017). Codirigiu com Janaína Leite o trabalho de realidade virtual “Deeper”. Atualmente, cursa Direção Cinematográfica pela Academia Internacional de Cinema e teve seu primeiro filme, “súplica”, exibido em 2023. Trabalha no projeto coletivo MOLA, investigação entre arte, ciência e tecnologia, que fez sua primeira exposição na galeria CANTEIRO, com as obras “édipo-sintético” e “Experimento 1_1”.
Vinícius Précoma
São Paulo (SP) / Curitiba (PR)
@viniciusprecoma
Ator, cenógrafo, figurinista, bonequeiro e pesquisador das artes da cena. Cursa o último ano da Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo e é bacharel em Artes Cênicas pela Faculdade de Artes do Paraná. Membro fundador do GPeTI (Grupo de Pesquisa em Teatro para a Infância), coletivo interdisciplinar que investiga o teatro contemporâneo e de animação voltado para crianças. Integra, ao lado de Vinicius Medeiros, a distinta companhia, cujas pesquisas abordam temáticas como sexualidade, identidade, memória e novas formas de narratividade e dramaturgia contemporânea.
Zé de Brito
Crato (CE)
@zedebritoxx
Artista da cena, da palavra, das visualidades. Bonequeire, pesquisa o teatro de animação e o teatro de rua. É graduado em Licenciatura em Teatro pela Universidade Regional do Cariri (URCA) e cursa pós-graduação em Gestão Cultural pela Universidade Estadual do Vale do Acaraú (UVA). Vem construindo obras pela individualidade em paralelo com a coletividade e narrativas de reflexão acerca dos olhares hegemônicos que produzem distância entre artistas, curadores e gestores. Elaborou a plataforma de produção cultural “Movimento Aê” enquanto o “Teatro Lama” para as artes da cena.
Funarte